- Área: 13419 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Gustavo Xavier
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Fabricantes: Hunter Douglas, Gail, Portobello, segato
Descrição enviada pela equipe de projeto. O Minas Tênis Clube é o maior clube social de Minas Gerais e um dos mais importantes do Brasil. A unidade náutica foi criada em 1998, no Alphaville Lagoa dos Ingleses, município de Nova Lima, com intenção de oferecer contato com a natureza e esportes náuticos (vela e remo).
O aumento da frequência dos sócios gerou demanda para ampliação da estrutura. O Plano Diretor do Clube foi então atualizado, adaptando as diretrizes originais para as necessidades atuais. As mudanças resultaram na alteração do programa, relocação de usos, além de redefinição da imagem volumétrica, que era pré-determinada pelo plano diretor.
Os novos itens de programa foram reunidos em edificação única, conciliando usos, criando fluxos de acesso independentes e liberando espaço no terreno para atender outras demandas.
O projeto prevê construção em três etapas:
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Parque aquático coberto, salão de eventos, bloco administrativo, portaria principal e guarderia para barcos;
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Terraço descoberto, lanchonete, vestiários e quadras de squash;
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Ginásio esportivo com quadra e arquibancadas.
No volume leste (concluído) ficam as piscinas cobertas e aquecidas, integradas visualmente ao parque aquático externo. No mesmo nível, ficam as quadras de squash, lanchonete, vestiários e administração. No pavimento superior ficam salão de eventos, área de apoio técnico e terraço. No pavimento inferior ficam as guarderias de barcos e depósitos.
No volume oeste ficará o Pavilhão Esportivo (em construção). O pavilhão será usado para treinamento e competições oficiais, principalmente basquete, vôlei e futsal. Durante a Olimpíada Rio 2016, parte da estrutura do Pavilhão foi usada pela equipe britânica de remo, indicando as possibilidades de intercâmbio que serão oferecidos no edifício.
O desenho do edifício buscou referências no desenho do antigo ginásio do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte (já demolido). Sua arquitetura modernista, projetada por Raphael Hardy, era caracterizada por empenas laterais, cobertura curva assinalada por sheds/aberturas de iluminação e ventilação natural. A característica mais marcante era o acesso público pelo nível mais alto da arquibancada, que propiciava leitura integral do espaço interno, acima do nível do público.
O desenho do Pavilhão repete esses elementos marcantes, utilizando empenas laterais e um plano único de cobertura, assinalado pelos pórticos frontais de iluminação e ventilação. Esses pórticos marcam o ritmo da fachada e definem a imagem marcante do edifício. Funcionam também como indicação dos acessos e atendem a uma indicação do plano diretor que recomenda que cada edifício seja destacado por elementos verticais de composição.
A variação de cores da fachada (pintura clara e placas metálicas alaranjadas e acobreadas) se relaciona com a cor do minério de ferro, predominante na região, além de se harmonizar com as obras já construídas no clube. As relações entre novo e antigo, ambiente natural e ambiente construído, público e privado, foram fatores preponderantes para que se chegassem ao resultado final.
A estratégia de projeto solucionou as necessidades do escopo de forma harmoniosa com o entorno, gerando uma volumetria impactante, mas ao mesmo tempo respeitosa. As linhas acentuadas da arquitetura pretendem criar um novo referencial na paisagem da região.